17 de janeiro de 2016

reações adversas



desta vez a água não desce. existe o ruído seco das portas batendo. os molhos de chaves. os saltos que arremetem. os cascos. as marteladas que prendem. as prateleiras que desabam. faz mais calor. de novo a temperatura do ar é outra na pele. cai a primeira nevasca do ano. 32. 27. os automóveis param. não há motivo pra sair. um vendaval varre os ossos de dentro pra fora, nenhuma outra imagem. mas o barulho é idêntico ao da brasa. os dentes estalam e soltam faíscas. nada vence o gelo que brota nas extremidades. quebrar ou derreter. os instrumentos repousam sobre a mesa corroídos pelo protocolo. sinais difusos. nenhuma forma de combate. agora os deuses respiram. era isso que falavam sobre as divindades. era o ar. respira fundo. abre a mão. estamos com pressa. o intervalo entre uma dúvida e outra é cada vez mais largo. é do tamanho da noite, de mil noites. ninguém pra chamar. os números paralisados. 217. 5. 39. 14. última atualização. uma brisa quase imaginária percorre o guardanapo de papel. o movimento arrasta consigo uma tonelada de preocupações. prendo o ar. mas não era aqui que estávamos investigando. é mais pra baixo. tem alguma coisa, é verdade. os números não mentem. 182. 11 mil. 6 mil. faz de conta que não tem remédio. aí está. agora diz o que fazer. olha no espelho. o que se vê: 258. 6. 85. 38 mil. 621. 2.

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