13 de setembro de 2014

tudo o que há para ser visto



seria preciso abandonar o refúgio da hipótese e partir em direção a um campo bem menos solidário às nossas investidas, sem esquemas de conduta ou viagens no final do ano, sem nada realmente justo do ponto de vista da recompensa, e torcer por uma aparição repentina, por um pedido de vigilância e proximidade, ainda sem sinal de concordância, só o corpo e sua figura pacata, só isso flutuando em nome de um passado mais recente, porém inviolável, só isso ganhando o território como quem aposta um olho na guerrilha, o outro no deserto e o restante empenhado na fuga, ainda sem qualquer prioridade ou instância de defesa, só isso e a trilha a ser aberta no meio da mata, onde por força do tempo adivinhamos as primeiras pegadas, ainda assim na dependência do menor interesse, da menor lembrança, desvendando sentidos ocultos em bilhetes escritos às pressas, não por falta de opção, mas por desleixo, só isso e o círculo que encolhe um pouco a cada dia, ainda sem golpes de sorte ou marcas na pele, só isso e a passagem como prova, só isso e os termos de um acordo sem privilégios, só isso e o intervalo cada vez maior entre um ponto e outro.

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